DAS MASMORRAS ACADÊMICAS - PRIMEIRAS PROVAS

Praga, 19/08/1817

Madrugada de estudos... solidão tremenda.

       Querida e amada Anne Belle, os dias estão transformando-se em grilhões diante tanta saudade de ti, meu amor. Não recebi vossa resposta quanto à nossa semana de folga se vamos nos ver aqui ou se terei o prazer de viajar até os teus braços carinhosos e protetores. Mas não vamos nos deter aos pormenores do nosso duelo entre o desejo de estarmos juntos e a distância que nos separa, não, e nem vamos nos deter minha querida à explicações sem sentido causadas pelos trens de carga que transportam nossas aventuras e segredos escritos e declamados. Nossos pecados, minha querida, são só nossos. Ninguém pode opor-se ou questioná-los. 
           Quero que saibas de minhas primeiras provas relativas as disciplinas que pago neste semestre, isso tem mais importância, e é para isto que nutro tanta euforia em vos revelar todos os detalhes do antes, durante e após das avaliações. Primeiro que estudei todas as noites que cheguei, jantava, fumava um caretinha, e me martirizava madrugada a dentro. Exceto quando o sono - vilão - me vencia, aí eu me transformava no roncador de sonhos. (risos). 
          Algumas tardes fui ter com colegas na Biblioteca da escola para estudarmos ou discutirmos algum seminário, nome dado as apresentações (provas) em grupo, sempre ficávamos para as aulas. Bons momentos eu confesso que passamos. Afinal tudo era novidade. 
          A primeira prova quase que eu desmaio... foi de Antropologia e foi sem consulta, claro, e me saí muito bem, minha nota foi um sete e meio. Nada mal. Em filosofia tirei um oito e meio e fui bem elogiado pelo professor. Continua...   

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