ENSAIO SOBRE O FILME “RAINHA MARGOT”

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ENSAIO SOBRE O FILME “RAINHA MARGOT”
EXIBIDO EM SALA DE AULA NA DISCIPLINA DE TEORIA POLÍTICA I
PROF: JOSÉ ANTÔNIO SPINELE
ALUNO: JOSEMIR MEDEIROS 2017.1

    Estamos em 1572, França, efervescência do mundo monárquico e religioso. Os católicos ressentidos com a quebra de poder proporcionada pelos protestantes. Os reis agora administram o poder celestial e terreno desbancando o poder papal e ocasionando uma derrocada nos tributos, talvez o mais sagrado de todos os princípios morais. Este é o pano de fundo de uma narrativa empolgante e sensual descrita com a energia da época e suas nuances. As tramas políticas, os jogos de poder, os bastidores fétidos de uma classe da nobreza que não coadunava com as aparências. O povo sempre servil, sempre submisso e pronto a dar seu pescoço em prova da fidelidade ao rei deus senhor e soberano absoluto, padecia nos guetos, ruas de lama, sem condições de uma mínima higiene. A história polêmica da rainha Margot com seu casamento de faixada, sua vida libertina, seus amantes envolvem o espectador a conferir muitas reflexões. Uma delas, é óbvio, é o perfil da mulher em sua época, e como a sociedade a vê desde sua mais tenra aparição social. Suas afrontas aos “bons costumes” sua “libertinagem” são comportamentos que não são dados para uma dama. Por outro lado, um espectador atento, mais sensível, poderá enxergar nas aventuras dessa mulher considerada pela sociedade de sua época como uma “depravada moral” uma libertadora, um ícone de sua geração, uma verdadeira e genuína visionária ainda não pronta para viver aquela época, ou ainda mais, uma aprisionada em seu tempo, onde o tempo dela seria outro, enfim, uma mulher a frente de seu tempo. As tramas e o desenrolar do filme só merece sabe-lo quem se interessar em assisti-lo. 

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