RIO, 40 GRAUS E CALIBRE DE FUZIL

Quem espera no ponto de ônibus a boa vontade dos transportes inseguros públicos, também se arrisca nessa espera a pegar um câncer de pele e sofrer com uma bala perdida.
No Rio de Janeiro é assim que os fluminenses atravessam os dias. 
A cidade mais bela do país e cartão postal para o mundo está vivendo sem lei.
Estamos num velho oeste? Se estamos precisamos é encontrar um bom xerife.
Mas nem sempre é o suficiente. Um bom e velho xerife também tem suas limitações. 
A estratégia do magnânimo governo federal golpista que insiste em fazer cagadas foi adotar uma atabalhoada intervenção das forças armadas na cidade.
O argumento não poderia deixar de ser outro se não o de trazer de volta o sentimento de segurança para as ruas.
Mas mesmo assim não foi isso que verificamos.
As coisas ruins ainda continuam acontecendo, crimes, sequestros, arrastões, e o pior surgem denuncias de abuso de autoridade nas ditas intervenções dos militares.
O que fazer então? 
Penso que são poucas as atitudes eficazes a serem tomadas aqui para amenizar essa situação. De fato vivemos quase um estado de anomia. Mas então, o que fazer?
Sugiro que a coisa mais próxima de ser acertada seja a tomada de poder pelo povo. Aqui eu chamarei de "tomada popular de consciência".
O povo no poder. Nos moldes cubanos. Tomar uma cidade por vez. E assim ir apresentando ao povo e com o povo a mudança acertada nesse sistema que não é falho, é apenas mal dirigido.
Sem dúvida teremos dias difíceis. Crises ainda piores. Mortes. Mas é a coisa mais sensata à ser feita. 
Caso contrário, continuaremos a merce das velhas cobras e dos velhos lobos. 
Precisamos baldear essa água.
Quando ela voltar a sentar veremos que a sujeira está assentada no fundo, longe da superfície.    

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