Do nada
foi num esbarro, num encontrão que a megera casualidade pintou "como quem surge do nada" uma meia que suporta frio ou apenas uma imagem semi morta
madeira cinzas couros crus pintadinhos e esticadozinhos num varal
cara eu nunca vi coisa igual menino moleque cabra homem
Um morador da roça
Matutão de não saber nem se comunicar
Já o outro, tocador de viola, um chiado nos dentes
Uma língua solta, mole, rindo pra falar
Oriundo doutro mundo
Vindo lá da capital.
Virariam pareias na hora da vida...
Matuto desconfiado, estendeu a mão, mas num estica o braço.
Esperou a chiadeira e a língua mole cansar
Afiou a peixeira na beira do calçamento
E se pois a pensar
Moleque mimado filho único
Disse o poeta
Infeliz, não sentava no batente da calçada pra não rasgar o jeans
Bebia vinho tinto suave ou cerveja
Olha a lapa dos dentes desse doido
Pobre matuto já era viciado xou da xuxa
Uriah heep, latão de cascolar
A vida sempre nas esquinas sem meninas
O bar do pinga
A cartada final
Condenados a loucura daquela estação
O vinho tinto suave estava misturado
Diziam os mais chegados que no meio da brincadeira
O moleque sumia dava o migué
Alugava a madrugada pra cheirar num quarto de motel.
Esse moleque mostrou-se camarada
Garimpou discos bandas lendárias
Espero de bom coração que ele tenha comido minha namorada
Nem se preocupe "a vida é a arte dos encontros"
O velho matuto de tudo tomou tento
Aprendeu a esperar, diferente de quem saca bilhar,
Matuto virou doidão só benflogim salva!
O barato?
Sempre não lembrar de nada na noite passada
A ressaca - moral? - doeu no início
Como se diz hoje que era um barato?
Os meninos ganharam presentes modernos
É como se o fogo chegasse de novo
Ainda temos que aprender muito com esse brinquedo
Que assim como a chama
É representação de poder.
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