Com Ana Paula e Letícia

 O fato é: 

Estar com estas duas criaturas num processo que envolve um rito de passagem foi mesmo um célebre momento nas nossas vidas. Mas eu vou falar de mim primeiro. Nem todo conto sobre os filhos vemos os pais como protagonista. Bem, não quero dizer que comer seus filhos recém nascidos por medo de perder o poder e morrer seria um bom conselho para ninguém. Que crueldade teria este ser para agir contra esta experiência única. Rica na arte da socialização,  sem muita alienação, mas com uma cota suportável por causa da fúria por cenouras. O velho blefe capitalista em ação. Uma janela para o por do sol isso será repetido todo dia. Com chuva ou sem chuva. O que não poderão perder em hipótese alguma é parar de sentir que um novo e distinto por do sol se fará, assim como o nascer, mas aqui é bem significativo para elas, devo, penso eu, transmitir toda a segurança que me couber para que a janela não ganhe uma cortina muito sem graça. Então no meio de pseudo-crise de frescura resolvi ir ter com elas já bem perto da hora do almoço. Fui. Amboor ficou bem. Seus pais passariam à tarde para revê-la e com certeza entrarão e sentarão um tiquinho pra um dedo de prosa. Coisa tradicional na família. Isso se deve a minha presença, os velhos veem ver se a filha ainda está viva, afinal morando com um ogro dos pântanos criado com kitut de boi, miúdo de frango e pitú no "picado da feira" eles estão com absoluta razão. São crentes e já bem velhos. Cheios de problemas. Mas curtem ir ver a filha. E este é o nosso tema caro amigo, curtir a vida da filha. Minha cabeça tensa e ansiosa vai carregar a imagem de um momento peculiar. Quando eu cheguei Gustavo e o amigo dele já estavam ralando, estavam exaustos. Mesmo assim, foi uma curtição, já fazia um tempo que eu não o via e conheci Fábio, um jovem que sacava de montar móveis que estava dando um "help" e foi super gente boa. Logo todos almoçamos e a tarde transcorreu na magia. Ralação para pobre tem que ser encarada com magia. Não com mitologias. Elas sentaram diante da tv. já era noite e eu apaguei a luz da sala. pintou um azul de algum comercial na tv, sei lá, e uma paz reinou ali. As duas bem sentadas, exaustas diga-se de passagem, mas será com esta cena que eu passarei meus dias até o próximo reencontro. 

 

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