CADERNO DE PIADAS

Um disco na vitrola. Jane e Herondi ou legião urbana. A janela aberta ou meia fechada. Estou roendo as unhas. O sofá dói minhas costas. Fazer xixi fora do balde. Outro dia vem nascendo. A mesma merda de sempre. Em algum lugar alguém acorda para ir trabalhar. É muito engraçado. Fecho a janela e deixo a toalha me separando do resto do mundo. A água está escorrendo pelos canos dentro das paredes. Uma mosca toma meu pão para seu café da manhã.  A TV. O jornal velho. Minha mãe morreu. Ainda dá tempo de ver seu sorriso. Deço a escadaria e me deparo com uma mulher estirada no meio da rua nua peitos moles e buceta cabeluda. Está cagada. É minha mãe. Eu sei.

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Minha mãe morou e cresceu na pobreza. Não tenho medo. Não tenho um carro. Não tenho uma conta no banco. Não tenho grana. Cada pé de cada pessoa para fora da canoa. Não me importo com a casualidade. O caos acontece numa frigideira com fritas.

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Beije.com

Você não sabe 

Que a luz de uma estrela 

Derrama a poeira do universo

Em nosso ambiente

Recebemos e filtramos incontáveis 

Registros de uma história terrena. 

Se uma estrela for plantada 

.

.

. Te encontrarei em um jardim

No universo sideral estamos morrendo

De fome. A fome era o segredo dos deuses

Da fantasia. 

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Hoje eu descobri outra piada

Não temos certeza de nada

Já parou para pensar?

.

Rasgo tudo somente para ter você 

Fazer a barba das caras mais gozadas 

Gulosa cheia de desejo

Nem é tanto 

Mas você engole 

Depois deixa escorrer 

E me chama cedo pra ir trabalhar,

Eu faço o café 

E você se vai. Bom trabalho amor.