Os loucos que vagavam atirando pedras em caminhões baú.

 E o sol se foi. Já é meia noite o meu calção está mijado e fedendo. Estou indo para o varanda bar vou pedir ajuda a um amigo. Toda história sobre o presente passado possui o dom de produzir a melhor sensação daquele momento, eu chego a sentir o cheiro do mijo e do feijão preto com coentro e carne moída.  Então preciso registrar um dos grandes baluartes da história circense juvenil. Naquelas tardes quentes após o almoço dava uma lombra... creio que nesses dias a moleira derretia. A gente sempre marcava de se ver depois das duas. Adelino, biligui, Diquinha,Egnaldo, o seu irmão,  Marcelo pinha, kuka papa tudo e jerry o negão  . Eu não preciso me apresentar, né?   

            O mato da lateral da BR era de capim elefante. Coçava pra caralho. A terra era de brita ou entulhos de construção abandonados ao leo. Agendávamos o ataque com horário e disciplina coisa de profissional. A tarde se ia. Quando terminava o jornal nacional. Essa era a hora. Eu trabalhei de graça para a união naquele tempo quando o mato secava trazendo um aspecto de tristeza... Voluntariamente eu clareava as ruas e a BR tacando fogo naquele Mato seco e triste. Agora a impressão denota atenção. Fogo destrói para construir. Atirar pedras nos caminhões baú. Formação na universidade do ponto 60 em frente à igreja católica.  Nosso futuro estava ali. Nossa formação,  a adrenalina, alguns incidentes faziam parte, tiros dos caminhoneiros que recebiam a unção das pedras  sagradas esses maus agradecidos  perseguidores da sociedade vulnerável. . As pedras voavam como meteoros rompendo o espaço esbarrando nos montes em outros planetas. Aquelas ruas largas foram solo sagrado. Poucos tiveram a chance de comungar tal experiência com pessoas tão iluminadas, ilustres, verdadeiros nobres. Então fomos aos poucos sendo observados. Agora cada passo deveria ser estrategicamente pensado. Dor de barriga. Cagar num saco pego do lixo. Sacudir na janela de um ônibus de trabalhadores não me parece uma grande estratégia,  mas aqui, fincamos território.  Os coringas.  Estão vivos alegres e verdadeiros em outro ponto revivendo esta alegria o perigo de bancar o bonzinho em casa. Num desses dias começamos a beber...   

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