A Rotina no Ensino Infantil Durante o Corona Vírus 2020
A
Rotina no Ensino Infantil Durante o Corona Vírus 2020
Estamos
em 2020, na cidade de Natal, Capital do Rio Grande Do Norte. As aulas do Ensino
Infantil foram iniciadas ao quinto dia do mês de fevereiro.
Exatamente
com 10 dias depois de iniciadas todas as rotinas de sala de aula, todas as
adaptações dos funcionários, as novas turmas, reconsiderar novos estilos e
conhecidos, pais queridos, avôs, avós, e os nem tão queridos, foi necessário
que houvesse uma drástica mudança na rotina de todos os integrantes daquele
espaço, o ambiente ficaria mudo, sem correrias, nem choros, nem escorrego, nem
cantigas para acalentar e conscientizar. Com a emissão de um decreto, tudo
parou.
A escola fechou e as crianças foram devolvidas
as suas vidas enclausuradas. Mas quem, mas como, mas até quando, estas coisas
acontecerão?
O
que nos fez parar foi um vírus.
O
medo da morte.
Da
contaminação. Dos familiares, dos profissionais que estariam nas trincheiras de
uma batalha até já conhecida, porém com uma diferença, sua letalidade rápida e
entre um tipo característico de pessoas, os idosos.
No
nosso caso, os responsáveis pelas crianças.
Dificultando
assim o desenvolvimento científico para encontrar uma vacina. Deus?
Porque
dos mitos só sobrou a filosofia.
Portanto
pensar nesta dinâmica da rotina em sala de aula com todos os já conhecidos e
complexos causos de seguir os trâmites da pedagogia, se faz mister neste
momento, nesta hora, neste lugar.
Por
que estamos dentro do ineditismo da vida outra vez, um lugar onde pouco ou nada
se pensou antes.
E
aqui eu acredito que todos concordarão comigo, o profissional da educação tem a
obrigação de conhecer seu espaço de trabalho.
É
fundamental para essa nova empreitada. Assim, todos os pormenores deste
parágrafo já devem ser de conhecimento básico do educador infantil.
Torna-se relevante desde já limitar o espaço.
Na concepção ideal teríamos que voltar aos moldes gregos de ensinar.
Com
dinâmicas ao ar livre. Atividades não mais voltadas para a sala, agora mais do
que nunca. Mas não estamos com tempo para digerir tais pensamentos.
Como
costumo dizer: é o que temos. Estas salas sofrerão necessariamente
transformações de espaço, de tempo e de estrutura.
Com
a diminuição no número de crianças atendidas e considerando que em uma escola
ideal apenas 15 crianças sejam permitidas, contrariando e gerando uma polêmica
abissal, penso que a partir desta maneira atenderíamos as necessidades do
presente.
Outro
aspecto não menos relevante é sem dúvida o mais polêmico.
A
redução do público a ser atendido, as crianças e em consequência, as famílias.
Aqui
teremos muito pano para a manga. Atualmente a educação não vem merecendo tantos
elogios, mas neste caso, na atualidade temos que ser realistas, com todos os
defeitos que existem, ainda é a escola, no caso, os CMEIS que bem ou mal,
realizam uma das mais completas e complexas políticas públicas neste universo
latino.
Neste
caso, enquanto não se encontrar uma vacina onde a OMS compreendam que a
pandemia foi controlada, será ético reduzir o quadro de atendidos por sala.
Nisso
o quadro de gerenciamento terá que adequar tudo e todos. É imprescindível que a
secretaria de educação municipal, estadual e federal junto do ministério
dialogue desde já.
O
cuidado com a higiene geral deve ser uma regra de ouro. As crianças devem tomar
banho antes e depois das aulas.
Em
um universo muito distante, talvez na china, com seu espírito de superação é
bem provável que encontremos um jeito perto do ideal, mas mesmo assim, há um
imenso abismo entre estas culturas.
Disse
ao mundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS "A cidade dá
esperanças ao restante do mundo de que mesmo as situações mais extremas podem
ser superadas."
Agora.
Esta é a palavra. Agora não dá. AGORA NÃO! Para o ensino infantil.
Temos
o depoimento de duas professoras formadas e especialistas.
Seus
nomes constam nas referências.
Se
as aulas voltassem agora ou ainda sem o controle total da pandemia como elas
reagiriam.
Enquanto
mães jamais mandariam seus filhos. E enquanto educadoras as ressalvas
justificadas apareceram de sobra.
Ouvindo-as
veio-me a rotina de adaptação para as crianças com especialidades.
Vamos
ao que disse a educadora infantil Elaine:
“Eu espero que no mínimo tenha a
vacina kkkkkkkk Aí então com máscara e álcool gel, pias... É um rodízio de
alunos, a gente poderia retornar aos poucos. Acho que vou ter que fazer terapia
pra conviver socialmente de novo. Estou morrendo de medo de sair na rua.
Trancada todo esse tempo e vendo as pessoas conhecidas adoecendo e algumas
morrendo. É muito triste. Eu fico pensando se eu me contaminar e passar pra
alguém e essa pessoa morrer...??? Vou ficar com isso na minha cabeça pro resto
da vida”
Vamos
ao que disse a educadora infantil Deise:
“Eu vejo essa volta ao trabalho pós
pandemia um tanto precipitada. Se fala tanto em voltar com os devidos cuidados
e higiene. Muito bem, antes de tudo isso começar, as aulas foram suspensas por
falta de pessoal para limpeza. Já tivemos momentos de ter falta de material de
higiene. E ai? Trabalhávamos por que era o jeito. Mas agora podemos ter o luxo
de dar brecha a um vírus potente e destruidor? E quem faz parte do grupo de
risco? Se sujeita aos caprichos de governos que pouco se importa com seu povo?
Continuando... na minha sala possui 25 alunos de 4 anos. Eles usarão a máscara?
Como impedir as crianças de brincar com o colega? Como impedir o contato com os
objetos? Se bem que a obrigatoriedade do uso da máscara foi a baixo por um
decreto presidencial. Mais um caos. Sala fechada, sem muita ventilação. Parque
com areia que não é trocada há anos. Bebedor com alguns copos para uso
coletivo. Material didático de uso coletivo. A escola terá como providenciar
uma caixa de lápis de cor para cada criança? Enfim, eu compactuo da ideia que
antes de se controlar essa pandemia não deveria voltar. Aliás, eu não volto!”
Ainda
que as duas professoras compactuem de uma opinião geral única, o que é
perfeitamente compreensível, onde desembocam nas tarefas práticas, há uma outra
abordagem em que notadamente se assemelham, é neste ponto, entre o que sou
comigo e o que sou com o outro, que nos posicionaremos para a geração do futuro
agora e já neste presente: Abolir a sociedade desigual.
Referência:
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-espaco-fisico-sua-relacao-no-desenvolvimento-aprendizagem-.htm
02/07/2020 16:51
https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2020/03/epoca-negocios-china-comeca-a-viver-fase-pos-pandemia.html
Agradecimentos
especiais:
Minha
esposa Deise Fernandes Oliveira,
educadora de educação infantil especialista em educação infantil pelo IFESP e
arte terapia pela UFRN
E
Elaine Cristina Martins de Melo
Graduada em pedagogia - Maurício de Nassau Pós-graduação em Língua Portuguesa e
Matemática Numa Perspectiva Transdisciplinar –IFRN.
Educadoras do ensino infantil ambas
funcionárias do CMEI Salete Bila no Planalto, Natal, RN que me orientaram neste
trabalho.
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