OUTROS TONS

Talvez. 
Uma noite quente me faça sentir o quanto preciso sofrer para me tornar alguém na vida. Lá fora a escuridão abraça a desigualdade entre os mais ricos e os miseráveis. 
Eu não os vejo daqui.
Mas os sinto sorrindo das suas labutas.
Também os sinto chorando as suas desgraças.
Eles também se perguntam quem são. Eles também estão incomodados com a tristeza e o desamparo que suas vidas os transformaram.
Desgraçados e malditos, sorrateiam as migalhas do mundo, uns na sarjeta, outros nas casas de luxo.
Quem me dera aprender mais da vida com esses desafortunados e miseráveis.
Uma rodada de birita e tudo mais se mistura em suas vidas.
Não vamos morrer lamentando a sorte ou o azar.
Nesta noite quente - madrugada - qualquer forma de morrer é apenas uma sinfonia melancólica rende às margens do rio Potengi.

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