AOS VELHOS

É que parece bem simples, mas não é. Hoje eu vejo o nosso mundo bem pequeno de consumidores emocionais tomados pela fragrância do mercado e dos objetos-presentes. 
Mas nem é isso que resume a alienação do consumo. A alienação do mercado. Nem a alienação dos sentimentos. Mas afinal de contas o que é esse todo que nos transformam em coisas e essas coisas que ganham um significado diferente? 
Quando você se pega depois de alguns dias calçando o sapato que ganhou, o boné preto com propaganda do supermercado, o livro, essas coisas todas, elas nos dão significados e emoções.
Esses significados repletos de sentimentos e lembranças nos transformam em alguma coisa que julgamos ser o nosso eu natural, isso, de se conformar achando que a vida sempre foi assim e que deve ser perpetuada assim, por que isso é bom. 
Pois bem, se é assim que para alguns e muitos concebem suas vidas, seus mundos, e agradecem aos seus deuses e conseguem dormir bem depois de passar o dia em família, entre amigos, entre pessoas, ou simplesmente enchendo a cara por causa da saudade que bateu mais forte naquele dia, bem, quem sou eu para desmistificar esse sentimento humano, construído ou nato, que seja, e se sempre tiver que ser... Que seja sempre algo bom.
Lembro de você. Meu velho. Saudades.

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