AS MULHERES QUE FREQUENTAM MINHA CASA DA IGREJA DE MINHA MULHER

Sempre que a tarde cai eu espero que elas cheguem. Claro que eu sou bem educado, sou uma nota musical de um piano acústico, uma luz do poste na escuridão do sertão. sou a gota do sereno na folha da goiabeira.
Mas elas chegam, vão chegando aos poucos.
Aprendi com o tempo de algumas semanas que a primeira mulher é uma bela negra - a Iris - risonha e de lábios grossos com seus cabelos encaracolados e negros vivos e pelo ombro, casada com Naldinho. Chega com seu olhar de curiosidade por cada canto da casa.
Falando pelos quatro cantos também.
Eis que ocasionalmente chega uma mulher branca, cabelos negros, lisos, meia altura e bastante simpática e atraente. Casada, mas não me recordo o nome do seu esposo.
A outra mulher é forte, negra e casada. Mãe de dois filhos. Geralmente é quem decide as coisas. 
Minha esposa os recebe com muita cordialidade e simpatia. Sempre com suas melhores roupas de casa, tomada banho, cheirosa e bem penteada. Eu fico no escritório estudando ou bebendo minha cachaça.

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