A Revolução Traída O que é e para onde vai a URSS? Leon Trotsky TROTSKY – A REVOLUÇÃO TRAÍDA – RESUMO - Capítulo I – O que se conseguiu
A Revolução Traída O que é e para onde vai a URSS?
Leon Trotsky
TROTSKY – A REVOLUÇÃO TRAÍDA –
RESUMO
Capítulo I – O que se conseguiu
1.
Os principais índices de crescimento industrial
(pg.1)
{Trotsky inicia
a sua análise demonstrando a superioridade da economia planificada em relação
ao capitalismo. Graças a ela, um país atrasado, como a Rússia e as repúblicas
que compuseram a URSS, pôde transformar-se na segunda potência industrial do planeta.(https://www.pstu.org.br/a-revolucao-traida-do-stalinismo-a-restauracao-do-capitalismo/ ) 04:02 07/06/18}
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As tarefas
democráticas da atrasada Rússia somente poderiam ser conquistadas através da
ditadura do proletariado.
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O proletariado, não
poderia se limitar a realizar somente as tarefas democráticas.
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A revolução
burguesa foi diretamente ligada aos primeiros estágios da revolução socialista.
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A história das
últimas décadas mostra os países atrasados se mostram incapazes de atingir o
nível que os velhos centros capitalistas atingiram.
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As civilizações
altamente civilizadas bloqueiam a passagem à revolução proletária, porque não
conseguem mais se desenvolver sobre bases capitalistas.
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A socialização
dos meios de produção se tornou uma condição necessária para tirar os países
atrasados da barbárie.
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Essa é a lei do
desenvolvimento combinado para os países atrasados.
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“o elo mais
fraco da cadeia capitalista” (Lenin), o império dos tzares é ainda hoje, confrontado
com a tarefa de “superar o atraso e ultrapassar” as sociedades capitalistas
avançadas.
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A derrubada das
velhas classes dominantes revelou de forma mais categórica a tarefa de se
elevar da barbárie à cultura.
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Concentrou os meios de produção nas mãos do
Estado, a revolução tornou possível
a aplicação de novos e incomparavelmente mais eficientes métodos industriais.
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A extraordinária
lentidão no desenvolvimento da revolução internacional criou imensas dificuldades
para a União Soviética, mas também revelou seus potenciais e recursos internos.
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(pg. 2)
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industrialização
na União Soviética - estagnação e declínio na maior parte dos países
capitalistas - na Alemanha; Grã-Bretanha; Estados Unidos; França; Japão, este
sua produção subiu aproximadamente 40 por cento!
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Mas até esses
índices excepcionais caem por terra se comparados com os índices da União
Soviética.
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A sua produção
industrial cresceu, nesse mesmo período, cerca de 3,5 vezes, ou, em
porcentagem, 250 por cento. A indústria pesada aumentou sua produção na última
década (1925 a 1935) em mais de 10 vezes. No primeiro ano do primeiro plano
quinquenal (1928 a 1929) o montante de capital investido foi de 5,4 bilhões de
rublos; em 1936, esse montante é estimado em 32 bilhões.
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Desenvolvimento
gigantesco na indústria, enormes perspectivas começando na agricultura, um
crescimento extraordinário das antigas cidades industriais e a construção de
novas, um número crescente de trabalhadores [ da cidade, N.T.], um aumento no
nível cultural e nas demandas por cultura – esses são os resultados
inquestionáveis da revolução de Outubro, na qual os profetas do Velho Mundo
tentam ver a sepultura da humanidade.
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Mesmo se a União
Soviética, devido a dificuldades internas, ataques externos e erros dos
dirigentes, colapsasse – o que firmemente esperamos que não aconteça – iria
permanecer para o futuro esse fato indestrutível, que tão-somente por causa da
revolução proletária, um país atrasado 3 conseguiu em 10 anos um ritmo de
desenvolvimento que nenhum país já conseguiu em toda a história da humanidade.
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(pg. 3)
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Encerra a
discussão com os reformistas no
movimento operário
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Podemos comparar
a agitaçãozinha medíocre desses senhores
com o trabalho titânico cumprido pelo povo soviético, ao subir a uma nova vida
pela revolução?
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Os povos do
mundo pagarão pelo crime histórico do reformismo com novas guerras e
revoluções.
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2. Estudo
comparado dessas conquistas
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A União
Soviética está se erguendo de um nível baixíssimo, enquanto os países
capitalistas estão deslizando de um nível muito alto.
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A correlação de
forças hoje é determinada não pelos índices de crescimento.
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Quando nós
tratamos o assunto por esse ponto de vista estatístico, a situação muda e nos
mostra a extrema desvantagem da União Soviética.
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A questão
colocada por Lenin – quem vai triunfar? – é a questão da correlação de forças da
União Soviética e do proletariado revolucionário mundial, por um lado, e pelo
outro lado, o capital internacional e as forças hostis dentro da URSS.
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Enquanto a União
Soviética se mantiver isolada e, pior que isso, enquanto o proletariado europeu
continuar sofrendo derrotas e se desmoralizar, a força da União Soviética será
medida, em última instância, pela produtividade do seu trabalho.
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A diferença
entre os preços internos e os do mercado mundial é um dos principais meios de
medir essa correlação de forças.
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Não obstante sua
condição de estagnação e podridão, o capitalismo ainda está muito à frente na
questão da técnica, organização e qualificação do trabalho.
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O tradicional
atraso na agricultura soviética comparado com o progresso na indústria.
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Pg. 4
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“Nós ainda
continuamos incomparavelmente atrás dos países capitalistas na produção de
beterraba” (Molotov)
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A queixa de
Molotov poderia se estender facilmente para qualquer ramo da agricultura – a de
produção de têxteis à de produção de grãos, e especialmente a pecuária.
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O problema é
alcançar os modelos avançados do ocidente capitalista, prejudicados justamente
por serem baseados no sistema de pequena produção.
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Aumentar a
produtividade do trabalho na indústria: adoção
de uma técnica avançada e melhor uso
da força de trabalho.
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“Nossos
trabalhadores”, diz o chefe da produção de petróleo, “têm o mesmo equipamento
que os americanos. Porém, a organização da extração está atrasada; não temos
trabalhadores suficientemente qualificados”.
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Molotov lamenta:
“Nós ainda estamos muito atrás na organização da indústria em construção... Ela
é levada em muitos lugares com os velhos métodos e com um uso abominável das
máquinas e equipamentos”.
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Tais confissões
estão espalhadas pela imprensa soviética. A nova técnica está longe de dar os
resultados de suas pátrias capitalistas.
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Pg. 5
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O atraso da
União Soviética ainda é grande: mecanismos que requerem um determinado nível de
técnica e cultura gerais.
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Os maiores
resultados estão na indústria de guerra. O exército e a marinha são os clientes
mais influentes e, ao mesmo tempo, os consumidores mais exigentes.
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Os chefes do
Departamento de Guerra reclamam: “Nós não estamos completamente satisfeitos com
a qualidade dos produtos que vocês nos entregam ao Exército Vermelho”. Não é
difícil sentir a ansiedade que essas cautelosas palavras escondem.
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“devem ser de
boa qualidade e, infelizmente, não são”. “as máquinas são muito caras entre
nós”. Como sempre, o orador se abstém de fazer uma comparação precisa em base
aos dados da produção internacional.
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O trator é o orgulho da indústria soviética. Mas o coeficiente de uso efetivo dos tratores é
bastante baixo. Durante o último ano industrial, foi necessário submeter 81%
dos tratores à manutenção.
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As coisas pioram
ainda mais na esfera dos automóveis - O custo de manutenção é o dobro do custo
de todas as máquinas novas produzidas. - “O transporte rodoviário não é nada
senão um grande fardo no custo de
produção”.
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O incremento da
capacidade elétrica das ferrovias é acompanhado “por várias quebras e
blecautes”.
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O transporte
fluvial e marítimo, não obstante o progresso dos últimos anos, está bem atrás
do transporte por trilhos.
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Pg. 6
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Na indústria
leve, a situação é ainda menos favorável do que na indústria pesada.
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“as mercadorias
são, regra geral, tão piores quanto mais próximas do consumo de massas
estiverem”.
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Caracterizar o
progresso industrial apenas por índices quantitativos, sem considerar a
qualidade dos produtos, é como caracterizar o físico de um homem medindo
somente a sua altura, sem considerar as medidas de seu tórax.
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Para julgar
corretamente a indústria soviética - considerar sempre que um rápido
desenvolvimento em alguns ramos é acompanhado por retrocessos em outros.
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A economia
municipal se encontra em situação similar. Novas cidades industriais surgem num
piscar de olhos; ao mesmo tempo, dúzias de cidades antigas estão regredindo no
tempo.
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“Nós construímos
mal e caro. Nossas casas estão sendo usadas e não são reparadas. A manutenção é
rara e ruim. ” (Izvestia)
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O conjunto da
economia soviética consiste nessas desproporções. Desde que tem sido e se mantém
necessário o avanço nos ramos mais importantes.
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Partindo de uma
direção ideal de planejamento o índice estatístico de crescimento seria menor
num primeiro período, mas a economia como um todo, e particularmente o
consumidor, iriam ganhar com isso. Em longo prazo, a dinâmica geral industrial
também ganharia.
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Partindo da
ótica da eficiência da economia, seria mais apropriado subtrair, não adicionar.
Essa observação se aplica a vários outros ramos da indústria.
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Pg. 7
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Produção per capita da população:
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A média da
produtividade individual do trabalho na União Soviética ainda é bastante baixa.
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Quando eles
afirmam que o volume de produção industrial da União Soviética em 1936 irá
ocupar o 1º lugar na Europa – o que por si só já seria um feito gigantesco -
desconsideram não somente a qualidade e o custo de produção dos bens, mas
também o tamanho da população.
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A importância do
transporte sobre trilhos para fins econômicos, culturais e militares não
necessita explicação. A União Soviética tem 83 000 quilômetros de trilhos,
contra 58 000 na Alemanha, 63 000 na França e 417 000 nos Estados Unidos.
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Na esfera da
indústria pesada, os índices comparados permanecem desfavoráveis.
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Na indústria
leve os índices per capita ainda são, regra geral, menores. De tecido de lã em
1935, menos de 0,5 metro por pessoa, ou de 8 a 10 vezes menos do que nos
Estados Unidos e na Grã-Bretanha.
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Podemos tomar
como certo que nos países capitalistas a porcentagem de pessoas com vários
pares de sapato é consideravelmente maior que na União Soviética.
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Porém a União
Soviética ainda continua entre os primeiros do mundo no número de pessoas com
os pés descalços.
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Aproximadamente
a mesma correlação, em parte menos favorável, permanece nos gêneros
alimentícios.
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Até mesmo quando
o assunto são os produtos diários, as coisas não são favoráveis. Na França e
nos Estados Unidos, há aproximadamente uma cabeça de gado para cada cinco
pessoas, na Alemanha uma para cada seis e na União Soviética, uma para cada
oito. Mas na questão do leite, duas vacas soviéticas contam por uma.
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Porém pão de
centeio e batatas como principal produto alimentício da população - este é o
clássico símbolo da pobreza.
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O consumo de
papel é um dos principais índices da cultura. Os jornais frequentemente
reclamam que a falta de cartilhas, papel e lápis paralisam as atividades nas
escolas. Não há surpresa que a liquidação do analfabetismo, indicada para o 10º
aniversário da revolução de Outubro, está longe de ser cumprida.
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A renda nacional
dividida por habitante na União Soviética é consideravelmente menor que nos
países do Ocidente.
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Para ser exato,
a União Soviética não possui mais classes possuidoras, cuja extravagância é
balanceada por um subconsumo das massas populares.
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O mal
fundamental do capitalismo não é a extravagância das suas classes possuidoras. senão
que para a burguesia manter essa extravagância ela mantém a propriedade privada
dos meios de produção, assim condenando a economia à anarquia e à decadência.
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Se existe uma
menor produção per capita de produtos de primeira necessidade na União
Soviética que nos países avançados, isso significa que o nível de vida das
massas da União Soviética ainda está muito abaixo do nível dos capitalistas.
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Não há outro
caminho para o desenvolvimento a não ser o da derrubada do capitalismo.
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O regime
soviético está passando por um estágio preparatório, importando, pegando
emprestado e apropriando as conquistas técnicas e culturais do Ocidente.
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