O Sindicalismo e a Redemocratização no Brasil
Antes de
introduzir um resumo investigativo sobre o movimento sindical no Brasil, é
preciso sentar e entender de fato o que vem a ser a redemocratização. Partimos
do conceito de democracia, do grego governo do povo ou para o povo onde, assim,
redemocratizar trará o significado de tornar algo a alguém, devolver-lhe o que
antes foi-lhe subtraído. Como em nosso país existiram duas grandes crises
institucionais políticas que geraram insegurança e descontinuidade do processo
de democracia, irrompendo em duas fases de governabilidade áridas e antipopulares,
as ditaduras, uma com Getúlio Vargas (1930 – 1945) e a outra com os militares
(1964 – 1985), esse processo de redemocratização ocorre em duas etapas
respectivamente. Sendo assim, a redemocratização ou também, como lhe atribuem a
chamada “Abertura Política” é o processo de tornar ao povo, segundo as leis,
neste caso a carta magna, a constituição brasileira, o seu direito de poder.

Uma vez que entendemos o processo de
redemocratização passemos a discorrer sobre seus tentáculos sociais. Um deles é
o Movimento Sindical. Instituição formada por operários descontentes,
conscientes de sua condição de classe e absolutamente gerada em seio industrial
e depois rural com status de luta contra as opressões, escassez de direitos e
precariedades no ambiente de trabalho promovidas pelo empregador, também
chamado de burguês ou patrão.
O movimento sindical surge com a
industrialização em terras mundiais e não é diferente aqui nas terras
tupiniquins. Os primeiros sindicatos datam de 1800 com a chegada das fabricas
têxteis. Os escravos prestes a serem libertos passariam a viver ao lado de
imigrantes italianos entre outros na construção da etapa industrial em nosso
país. Com isso, os primeiros uivos sindicais destacam-se entre os pensamentos
anarquistas com enfrentamentos e lutas. Na era de Getúlio Vargas os sindicatos
sofreram uma perseguição ferrenha e ao mesmo tempo foram enxertados ao governo.
Todos os avanços sociais em forma de conquistas trabalhistas proporcionadas
pelo governo getulista foram fruto de uma longa história de lutas e greves que
os sindicatos proporcionaram.
Mas quanto a redemocratização, qual o
papel do movimento Sindical nestas duas etapas, nos anos pós 1945 e depois da
Ditadura Militar, a partir de 1985?
Quando Getúlio Vargas renuncia ao cargo
de Presidente e o Estado Novo se organiza com a eleição do General Dutra, os
sindicatos ainda atrelados aos ditames do governo passam a participar mais dos
assuntos políticos exigindo do governo reinvindicações de cunho social e político.
Uma das medidas exigidas pelo movimento sindical foi a revogação do AI-5. Outra
medida reivindicatória do Movimento Sindical que embalou esse primeiro período
de redemocratização foi revogação do bipartidarismo. Partidos como o Partido
Comunista puderam sair da clandestinidade.
É verdade que por bem pouco tempo. A contribuição do Movimento Sindical
como um Tentáculo das Lutas Sociais sofrerá mais uma derrota com o Golpe
Militar a partir de 1964. As perseguições, intervenções e a cumplicidade dos
patrões durante o regime militar transforma radicalmente a esfera sindical. Com
o descontentamento da população com as práticas governistas da população,
envolvendo um movimento de donas de casas, o MCV (Movimento pelo Custo de Vida)
meio que infiltrados os sindicalistas rompem com o silêncio e passam a fazer
eco nas manifestações. Mas ainda não se ouvia realmente a voz do trabalhador.
Algumas reivindicações foram feitas e já pelos idos dos anos 80 a “Abertura
Política” começava a germinar mais uma vez.
A partir de 1985 iniciou-se nos
Movimentos Sindicais, Igreja Católica, Classe Artística, Intelectuais de um
modo geral, uma campanha pelas Diretas Já! Personagens como o teólogo Leonardo
Boff, fundador da Teologia da Libertação, movimento carismático oriundo da
igreja católica com variáveis sociais, Dom Evaristo Arns, entre outros, contribuíram
para que acortina de ferro da ditadura militar fosse a baixo.
A relevante contribuição do Movimento
Sindical entre outros na luta pela redemocratização foi o de revogar de uma vez
por todas o AI-5.
Hoje a luta sindical entre os operários
está com baixa representatividade. A constatação mais recente é o baixo índice
de adesão das categorias as suas respectivas associações. E mais recente ainda
temos a retirada do Imposto Sindical, polêmico, mas visto como um alento aos
sindicatos de luta com baixa cartilha de filiação.
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